domingo, 11 de abril de 2010

"não esqueço da maneira como isso tudo aconteceu!"


Nunca tive tanto medo da solidão. Nunca me senti tão só e infeliz como agora. Nunca chorei tanto como tenho feito e me senti tão idiota como tenho me sentido. Me reconheço entre as mulheres que amam demais e não sabem a hora de parar, simplesmente vão, vão, vão, enquanto vocês se incomodam com nossas declarações gritadas aos quatro ventos.
Eu não amo você e sempre soube disso. Você não me ama e isso não é novo pra mim. Talvez a forma como eu tenha 'acordado' pra isso é o que tenha me chocado. A gente poderia ter simplesmente se afastado, simplesmente seguido nossos rumos, mas não, eu tinha que ir lá e meter as caras onde não me interessava, mas que sim, me interessava até demais. Eu pensei que agüentava o tranco, mas eu não agüento. Eu pensei que seguraria a onda, mas ela me cobriu e eu estou enfiada lá no fundo da areia e nem tenho mais forças pra sair. Mas eu quero sair, sabe? Só que eu preciso que você venha me jogar mais areia ou me puxar pelo braço. Eu preciso que você venha me dizer onde é o meu lugar, porque eu já não sei mais. Eu preciso que você me diga qual o meu nome agora porque ser quem eu sou me confunde mais do que eu poderia imaginar.
Eu gosto de tudo que você odeia. Você gosta de tudo que eu suporto por você. Eu bati o pé e disse que não queria assim. Você não conseguiu me encarar e disse que aquilo não iria terminar ali. Você mentiu. Hoje a distância e o tempo que ainda foi pouco derrubou sua máscara e eu estou aqui, fragilizada até onde se possa arregaçar, enquanto você tocou o foda-se pro que tiver que ser. Eu joguei a toalha. Você a chutou pra longe. E se hoje dói tanto é porque tudo que vivi é bem maior do que eu poderia suportar, simplesmente porque eu fechei os olhos e deixei você entrar todo na minha vida enquanto eu nem sabia se você realmente queria isso. Não, você não queria isso.
E eu, que sempre acreditei que todas as histórias de amor pra serem histórias de amor tinham que ter um final triste, rezei pra que comigo acontecesse o contrário. Foi assim com Romeu e Julieta, com os romances hollywoodianos, com Drummond e Machado de Assis. Pra doer e fazer sentido têm que ter lágrimas nos olhos, aperto no peito, fastio e insônia. Eu vivi tudo até o final, mesmo sem querer que esse final chegasse. Mas eu pedi pra Deus me mostrar um sinal e ele me veio com três cartas coloridas, cheias de um amor adolescente, disposto a matar e morrer pra conseguir algo em troca. E eu? Bem, eu fiquei ali, mais frágil que um cachorro que se perdeu do caminho de casa, mais apaixonada do que se podia supor, mais destruída do que já me permiti estar. Mas eu tô aqui. Ainda respiro, embora não haja muita vontade pra isso. De cara pro vento que insiste em bater apagando a chama do sol que queima minha vida, me mostrando que não, eu não vou morrer por causa disso. E hoje quase como um mantra, eu me repito isso pra não esquecer.
Eu não vou morrer por causa disso.
Eu não vou morrer por causa disso.
Eu não vou morrer por causa de você.
Eu não vou morrer por causa de você.

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